O bom exemplo das padarias de São Paulo

Padarias lançam campanha para reciclagem de óleo de cozinha; veja como participar

São Paulo - Dona de casa há quase 30 anos, Regina Palomares não costuma fazer muitas frituras para as refeições da família. Quando utiliza óleo joga o produto na pia da cozinha, misturado a detergente ou água quente. Assim como Regina, muitas pessoas ainda não costumam separar os resíduos das frituras para descartá-los junto ao lixo orgânico ou reciclar. Em São Paulo, uma iniciativa das padarias pode ajudar a mudar esse quadro.

Desde a última terça-feira, 52 padarias aderiram à campanha de reciclagem do óleo de cozinha, promovida pelo Sindicato da Indústria de Panificação e Confeiraria de São Paulo (Sindipan), a empresa Bioauto e a ONG Trevo. Agora, os clientes podem levar em qualquer recipiente o produto para ser recolhido nos estabelecimentos. Estes, por sua vez, encaminham o óleo para a reciclagem. 

Divulgação/ Bioauto

Óleo de cozinha é recolhido para reciclagem

Além de receber o óleo usado, as padarias vendem um pote reutilizável para o acondicionamento do produto por R$ 1,50. Segundo Antero José Pereira, presidente do Sindipan, a comercialização do recipiente também tem o objetivo de preservar o meio-ambiente. "Não adianta a dona de casa levar o óleo numa garrafa pet e depois essa garrafa vai pro lixo e suja também. Então temos esse pote que a dona de casa pode usar centenas de vezes. Enche o pote, vai na padaria, despeja e usa de novo", explica.

A iniciativa, de acordo com Pereira, faz parte do projeto de responsabilidade socio-ambiental do sindicato, que ainda espera conseguir a adesão de pelo menos 2.200 padarias, a metade das associadas. Apesar disso, o presidente da entidade ressalta que a campanha depende também da participação da população. "Como é uma campanha voluntária vai depender do consumidor chegar na sua padaria e perguntar se o dono já colocou o lugar como posto de recolhimento de óleo".

Reciclagem

Para Roberto Costacoi, presidente da ONG Trevo, o objetivo da campanha é que no futuro o óleo não seja mais jogado nos mares e rios. Segundo ele, a maior parte dos grandes estabelecimentos já têm um sistema de reciclagem do produto, mas a adesão dos consumidores ainda é tímida.

"O meio-ambiente agradece, porque cada litro de óleo contamina 20 litros de água, afirma Costacoi. O óleo coletado pode ser vendido para fabricantes de sabão, biodiesel, tintas a óleo, massa de vidraceiro entre outros usos.

Segundo a Sabesp, companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo, o despejo de óleo no esgoto, além de poluir a água, pode causar outros danos pela utilização conjunta de detergentes e sabões em pó que contêm fosfatos. A parcela que não é removida contribui para o crescimento de algas e formação de espumas. Estima-se que uma família gere em torno de 1,5 litro de óleo de cozinha por mês.

Pontos de coleta

Divulgação/ONG Trevo

Recipiente para óleo

Quem pretende reciclar o óleo de cozinha, além de entregar os potes em estabelecimentos que fazem a coleta voluntária, pode solicitar o serviço de empresas e ONG’s especializadas na coleta. Algumas delas fornecem cartazes, bombonas de 50 litros identificadas para estocagem e mantêm um esquema de retirada programada ou a chamado.

A dona de casa Maria Eunice Baraçal, por exemplo, entrega o óleo utilizado em um colégio próximo se sua casa, que aproveita o produto."Eu junto na garrafa pet ou num pote de sorvete e levo duas vezes por mês. Na pia eu nunca joguei porque entope", afirma.

No site da ONG Trevo, é possível encontrar os endereços de alguns postos de coleta. A relação das padarias que participam da campanha pode ser consultada no Sindipan, pelo telefone 32913700.
Além da reciclagem, a empresa recomenda a instalação de caixas retentoras de gordura nas residências e nos estabelecimentos comerciais como restaurantes, lanchonetes e padarias para evitar o entupimento do encanamento.

Bia e a poesia

Vejam que espetáculo da sensacional Adelina -- Bia -- para os muito chegados.

Nós, os maravilhosos.


Ingênuos e ameaçadores, presunçosos e talentosos, arrogantes e infantis, os depressivos estão sempre em boa companhia. Beethoven, Anthony Hopkins, Michelangelo, Martin Luther King, Francis Ford Coppola, Peter Gabriel ( remember The Police?), Marlon Brando, Harrison Ford, Ozzy Osbourne, James Taylor, Larry Flynt, Stephen Fry (é, aquele especialíssimo ator que inspirou Zeca Baleiro a compor a canção com seu nome), Tim Burton, James Taylor (meu predileto entre os “contemporâneos”) - e para quem gosta de moda tem até Yves Saint-Laurent! – são alguns coleguinhas da arte de ser infeliz, mesmo quando se pensa que tudo o que se quer da vida é ser feliz.

Somos assim. Uma diversidade apaixonante! E os poetas? Ah, entre estes devemos ser maioria. Só dois, para uma “palhinha” de como é na poesia que os depressivos melhor se exibem:

Esse é o Quase, de Mário de Sá Carneiro:

Um pouco mais de sol – eu era brasa,

Um pouco mais de azul – eu era além.

Para atingir, faltou-me um golpe de asa…

Se ao menos eu permanecesse aquém…

Assombro ou paz? Em vão… Tudo esvaído

Num grande mar enganador de espuma;

E o grande sonho despertado em bruma,

O grande sonho – ó dor! – quase vivido…

Quase o amor, quase o triunfo e a chama,

Quase o princípio e o fim – quase a expansão…

Mas na minh’alma tudo se derrama…

Entanto nada foi só ilusão!

De tudo houve um começo … e tudo errou…

— Ai a dor de ser — quase, dor sem fim…

Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,

Asa que se elançou mas não voou…

Momentos de alma que, desbaratei…

Templos aonde nunca pus um altar…

Rios que perdi sem os levar ao mar…

Ânsias que foram mas, que não fixei…

Se me vagueio, encontro só indícios…

Ogivas para o sol — vejo-as cerradas;

E mãos de herói, sem fé, acobardadas,

Puseram grades sobre os precipícios…

Num ímpeto difuso de quebranto,

Tudo encetei e nada possuí…

Hoje, de mim, só resta o desencanto

Das coisas que beijei, mas não vivi…

Um pouco mais de sol — e fora brasa,

Um pouco mais de azul — e fora além.

Para atingir faltou-me um golpe de asa…

Se ao menos eu permanecesse aquém…

E esse é um cidadão comum, do Torquato Neto:

Sempre subindo a ladeira do nada,

Topar em pedras que nada revelam.

Levar às costas o fardo do ser

E ter certeza que não vai ser pago.

Sentir prazeres, dores, sentir medo,

Nada entender, querer saber tudo.

Cantar com voz bonita prá cachorro,

Não ver "PERIGO" e afundar no caos.

Fumar, beber, amar, dormir sem sono,

Observar as horas impiedosas

Que passam carregando um bom pedaço

da vida, sem dar satisfações.

Amar o amargo e sonhar com doçuras

Saber que retornar não é possível

Sentir que um dia vai sentir saudades

Da ladeira, do fardo, das pedradas.

Por fim, de um só salto,

Transpor de vez o paredão.

Viu? Tenho pensado que os depressivos talvez sejam os “normais” da sociedade. Os que detem o prazer da loucura e são quase sãos, desde que tomem seus remedinhos direito. Matam-se de angústia pelo coletivo e pelo individual, mas são incapazes de fazer mal a uma ou mais moscas. E às pessoas também. São, no geral, generosos, mas escondem com isto uma egocentríssima visão do mundo.

É assim que somos.

Um senso de justiça que jamais se cumpre, um desejo de felicidade que nada tem a ver com o real, uma ânsia de encontrar iguais. E adoramos companhia desde que preservemos a solidão.

PS: Ok, Marga. OK, Ana. Vou sim. Vou tomar o meu Pondera... rsrsrs...


- Este editor acaba de ganhar o sábado.

Brigado Bia.

Artigo crítico de Nelson Motta sobre o mau comportamento da maioria no Congresso Nacional

A casa do atraso

Nelson Motta

O nepotismo, o apadrinhamento político, as viagens, o uso de dinheiro público em causa própria são velhos conhecidos. Mas o que mais me espanta na crise do Senado, por enquanto, é o anacronismo.

É a opção preferencial pelo atraso, aliado da burocracia, que favorece todos os itens acima.

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Senadores pedem voto de censura contra Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser alvo de um voto de censura do Senado. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) apresentou ontem um requerimento pedindo que o Senado aprove um ato de censura à declaração do presidente chamando os senadores da oposição de ''pizzaiolos''.
O documento é assinado por outros 11 parlamentares de governo e oposição.

Para a censura ser confirmada, é preciso que a proposta seja aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e depois pelo plenário. Segundo Buarque, o presidente Lula fere a Constituição ao desrespeitar a independência dos Poderes. ''O presidente não tem o direito de fazer isso. O Legislativo é um poder equivalente ao Executivo e merece respeito. Não podemos aceitar essa maneira desrespeitosa que o presidente Lula trata o Senado'', disse.

José Sarney: Polícia Federal indicia nora do presidente do Senado

Acusada de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, entre outros crimes, a empresária Teresa Murad, nora do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi indiciada ontem pela Polícia Federal no inquérito da Operação Boi Barrica. Mulher do empresário Fernando Sarney, filho do senador e responsável pelos negócios da família no Maranhão, Teresa figura junto com a filha, Ana Clara, como sócia das empresas do grupo, investigadas por suspeita de transações financeiras ilegais no Estado.

No dia anterior, Fernando já havia sido indiciado pelos mesmos crimes e mais formação de quadrilha e comando de direção financeira irregular. O depoimento de Teresa durou mais de duas horas e seu teor não foi divulgado, mas Teresa teria entrado em contradições em vários momentos. A investigação foi desencadeada a partir de um saque de R$ 2 milhões em espécie que Fernando teria feito em 2006.

A fila do nepotismo de Sarney é interminável

Só com a idade de Matusalém, o leitor do blog saberá ao certo o tamanho da fila nepotista comandada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Quem está com muita curiosidade sobre essa lista é o  líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), que anunciou ontem (16) que vai apresentar na semana que vem nova denúncia ao Conselho de Ética contra o presidente da Casa.

O tucano quer que o conselho investigue a participação de Sarney nas negociações que levaram o então diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, a nomear o namorado da neta do senador para um cargo de R$ 2,7 mil no Senado. Às vésperas do início do recesso parlamentar, Sarney preferiu não aparecer ontem no plenário do Senado, frustrando a expectativa de que fizesse um balanço sobre as atividades da Casa neste primeiro semestre do ano.

“Vamos ver se a água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, afirmou o líder tucano. Esta será a terceira denúncia que ele apresenta contra Sarney no Conselho de Ética. O ceticismo de Virgílio em relação ao conselho tem motivos: dos 15 integrantes do colegiado, dez são da base aliada e estão dispostos a salvar Sarney. Além disso, o recém-eleito presidente do conselho, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), já sinalizou a disposição de mandar arquivar tanto as denúncias quanto a representação do PSOL contra o presidente do Senado por falta de decoro.

Mais um capítulo do Senado da Vergonha.

PF vai indiciar membros da associação criminosa comandada por filho de Sarney

Direto das páginas das colunas sociais para as manchetes policiais dos jornais de todo o Brasil, após um olhar investigativo, começa a desmontar a quadrilha comandada pelo filho do todo poderoso presidente do Senado Federal, José Sarney.

O dinossáurico político, pode achar que é perseguição de quem não simpatiza com seus gestos amáveis, voz educada e jeito de vovô boa praça.

Antes fosse. É aPolícia Federal quem está na cola da quadrilha.

Após indiciar anteontem (15) o empresário Fernando Sarney, a Polícia Federal tomou ontem (16) novos depoimentos em São Luís (MA). Como a investigação está sob segredo de Justiça, a Polícia Federal não divulgou se quem foi ouvido é testemunha ou investigado.

O filho do presidente do Senado, José Sarney, foi indiciado por formação de quadrilha, instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. O inquérito será encaminhado para o Ministério Público Federal, que vai analisar o documento e decidir se oferecerá denúncia à Justiça.

Além de Fernando, foram indiciados Walfredo Dantas (falsidade ideológica, formação de quadrilha w lavagem de dinheiro), Marcelo Aragão (falsidade ideológica, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, entre outros crime de ordem financeira) e Thucidides Frota (falsidade ideológica e formação de quadrilha). A Polícia Federal não revelou a ligação entre os indiciados. Outras pessoas no Estado deverão ser indiciadas por formação de quadrilha, tráfico de drogas e outros crimes financeiros. O empresário Fernando Macieira Sarney foi o principal alvo da Operação Boi Barrica, nome de um grupo folclórico maranhense, criada em 2006 para investigar suspeitas de caixa dois na campanha de Roseana Sarney ao governo do Estado. Às vésperas da disputa, ele havia sacado R$ 2 milhões em dinheiro.

Pela investigação, o órgão mais beneficiado pelos crimes foi o Ministério de Minas e Energia —controlado politicamente por seu pai.

Ninguém se surpreenda se tudo isso virar uma grande pizza de camarão. Crustáceo abundante na costa maranhense.

Comitiva de “vagabundos” para receber ministro Minc em Curitiba

Sem saber com quem falava, Minc chamou prefeitos de vagabundos

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Hoje, Lula recebeu prefeitos de todo o país em Brasília. Foi a Marcha dos Prefeitos. O ministro Carlos Minc foi vaiado pelos prefeitos quando subiu ao palco. Sentou-se depois em mesa de ilustres desconhecidos. Pensou que eram burocratas de Brasília. Soltou o verbo:

– Esses prefeitos são todos vagabundos.

Mal sabia que se dirigia a prefeitos do Paraná que fecharam a cara e saíram espalhando a grosseria para todos os presentes. Na sexta, Minc vem a Curitiba para o lançamento de certificação ambiental para empresas. Os que ele chamou de vagabundos preparam a recepção.

Internet, eleição e regulamentação

* Joaquim Falcão

O projeto de lei do deputado Flávio Dino para as próximas eleições corre contra o tempo. Aprovado pela Câmara dos Deputados, tramita agora no Senado. Tudo tem que estar pronto até setembro. A parte sobre internet desperta paixões radicais. Não é de espantar. A rede mundial de computadores é o principal mobilizador do futuro. Afeta o mercado político, candidatos e partidos. Tende a ser também o grande anunciante eleitoral. É questão de venda de tempo e espaço. Afeta televisão, imprensa e provedores, o business da comunicação. Todos esses interesses de amanhã estão em jogo hoje. Sem falar que, nestas épocas de ativismo judicial, a harmonia competitiva entre Judiciário e Congresso está à flor da pele.

Qualquer análise minimamente isenta da futura regulamentação deve levar em conta pelo menos três vetores interligados. Primeiro há que se escapar do simplismo reducionista: regulamentar ou desregulamentar. Não é Hamlet. Há que se definir uma regulamentação para o período eleitoral, de campanha, diferente da da fase anterior. Neste, a regulamentação tem que ser a mais próxima possível da mais ampla liberdade. Naquele, a legislação tem que ser mais restritiva, para assegurar justa competição entre os candidatos e a independência do eleitor. É a nossa tradição de sucesso do horário eleitoral.

No fundo, esse horário é tentativa de regular a influência da mídia tradicional no mercado político. De produzir uma concorrência equalizadora entre candidatos e partidos. A dificuldade do legislador, e posteriormente do juiz, é distinguir: dosar liberdade e restrição nos diferentes tempos eleitorais.

Dificuldade aumentada porque o tempo da mobilização cidadã-tecnologica é muito mais espraiado, dissolvente e dissolvido, do que o tempo da mobilização partidária.

O segundo vetor é a dificuldade que a internet traz para se distinguir o mais claramente possível o que seja comunicação e informação e o que seja propaganda e publicidade. Na atual legislação, os papéis na relação comunicativa eleitoral foram bem definidos: de um lado, produtores — mídia, partidos e candidatos —, de outro, os consumidores, os eleitores. Essa técnica normativa facilitou o legislar. A lei eleitoral estruturou-se sobre essa tipologia. Tornou-se possível, quase preciso, responsabilizar, vigiar e punir. Agora, não mais.

Todos podem ser ao mesmo tempo produtores e consumidores de informação eleitoral e, potencialmente, com até mais influência do que a mídia tradicional. Na interatividade tecnológica, os papéis são potencialmente indissociáveis. Pior, como diz o professor Bruno Magrani, a comunicação não é mais somente síncrona, é assíncrona também.

A informação e comunicação entre cidadãos, nas redes sociais, blogs, sites, tem que ser a mais livre possível, todo o tempo. Já a publicidade e propaganda, menos. Mas como distinguir quem está consumindo informação de quem está produzindo e fazendo propaganda, sobretudo propaganda não paga? Como distinguir o que é informação e comunicação do que é propaganda e publicidade eleitoral? Distinguir pelo conteúdo, caso a caso, pela Justiça Eleitoral, esqueça. Será um engarrafamento súbito e irresolvível. Distinguir pelo autor da comunicação? Pelo fato de ser paga ou não? Os padrões culturais tradicionais que ajudavam a separar informação jornalística de informe publicitário foram construídos na era sem interatividade.

O terceiro vetor é: como regulamentar o futuro sem a mínima experiência do passado? Todos os países estão tateando em matéria de regular a internet. O Brasil não é os Estados Unidos. Podemos ser melhores. E em Justiça Eleitoral temos sido.
A única certeza que temos desde já é que a direção legislativa está certa. A atual proposta da Câmara dos Deputados ou a que vier a ser definida pelo Senado Federal já é um avanço em relação ao uso da internet nas últimas eleições. Poderá ser um instrumento de captação de recursos para os partidos e para os candidatos. Poderá ser instrumento difuso, descentralizado, de debates políticos sem donos. Gerador de propostas encharcadas do Brasil real, e melhor. Mais transparências sobre os candidatos, seu currículo, pecados e sonhos. Fundamental para estreitar as redes sociais, sejam elas virtuais ou não. O importante é reconhecer a complexidade da tarefa, e evitar debates maniqueístas. Mesmo porque esses debates são rápida e democraticamente desconstruídos a cada três minutos na internet.

* Joaquim Falcão
Diretor da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas (RJ) e membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

Congresso aprova LDO

Depois de negociações que duraram toda esta semana, o Plenário do Congresso aprovou ontem o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO 2010), que contém os parâmetros para a elaboração do Orçamento do próximo ano. Entre as principais novidades do substitutivo aprovado, está a redução de até R$ 22,5 bilhões do dinheiro a ser economizado com o superávit primário para destiná-los a obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no próximo ano. A matéria irá agora à sanção presidencial.

A esse montante, o governo poderá acrescentar o dinheiro de eventual excesso de superávit primário de 2009 e os chamados restos a pagar, que são as dívidas do governo de orçamentos de anos anteriores geradas pelo compromisso de compras contratadas. Os recursos do PAC também não poderão ser contingenciados.

Outra novidade é a exclusão da Petrobras da obrigação de cumprir a meta de superávit que cabe às estatais da União (0,2% do PIB). Isso permitirá mais flexibilidade à empresa na execução de projetos, inclusive aqueles constantes do PAC.

O projeto foi relatado em Plenário pelo deputado João Leão (PP-BA), que substituiu o deputado Wellington Roberto (PR-PB), ausente devido a problemas de saúde. João Leão participou das negociações que resultaram principalmente na exclusão de alguns pontos do relatório aprovado na Comissão Mista de Orçamento.

Investimentos
Em benefício do acordo, João Leão aceitou retirar do texto a possibilidade de o Executivo liberar 1/12 avos ao mês do orçamento de investimentos para as estatais se a lei orçamentária de 2010 não tiver sido aprovada até 31 de dezembro de 2009.

A permanência dessa regra no texto foi defendida pelo governo até o último momento das negociações, mas ela foi excluída da LDO para viabilizar a votação do texto ainda ontem. Ao relatar a matéria, João Leão disse que, apesar da derrota do governo nesse item, a oposição deverá colaborar para a aprovação da lei orçamentária dentro do prazo.

Custo global
Ainda dentro do acordo firmado no início da noite de ontem, o custo global de obras e serviços contratados pelo governo continua a ser obtido a partir de preços menores ou iguais à média dos custos de insumos e serviços individualizados, constantes de sistemas oficiais de preços. Essa regra é a mesma da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2009.

O substitutivo de Wellington Roberto aprovado na comissão previa que o governo não precisaria usar preços menores ou iguais aos apurados pelo Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi) e, no caso de obras e serviços rodoviários, pelo Sistema de Custos de Obras Rodoviárias (Sicro).

Entretanto, regras adicionais foram incluídas no texto a pedido do governo. Os órgãos de controle deverão definir a metodologia de seleção dos itens mais relevantes que correspondam a até 80% do custo global e o licitante vencedor não será obrigado a adotar custos unitários menores ofertados pelo licitante vencido.

Confira outros pontos importantes do substitutivo
O superávit primário do setor público será de 3,3% do PIB, mas a meta dos estados e municípios poderá ser reduzida de 0,95% do PIB para 0,90% se a diferença for aplicada em investimentos. Isso vai beneficiar os estados e as cidades com maior capacidade financeira.

A proposta orçamentária para 2010 terá de reservar R$ 1,3 bilhão para os estados e municípios em decorrência da isenção do ICMS nas exportações imposta pela Lei Kandir.

A votação da lista de obras com indícios de irregularidades graves, feita durante a análise do projeto orçamentário, poderá ser precedida de audiências públicas. Os debates contarão com os responsáveis pelas obras.

Os Três Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário - e o Ministério Público da União serão obrigados a divulgar na internet a lista das entidades privadas para as quais liberaram recursos. Deverão constar o nome da entidade, a relação dos seus diretores, a área de atuação, a data de assinatura do contrato, o órgão repassador e os valores liberados.

Oposição aponta conquistas após mudanças no texto
As alterações feitas à LDO no decorrer das negociações de ontem para votação da matéria no Congresso foram comemoradas pela oposição. A principal conquista do DEM, PSS e PSDB, na avaliação do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), que é líder da Minoria no Congresso, foi garantir que o governo só poderá investir em 2010 o Orçamento aprovado até o próximo 31 de dezembro.

“Permitir investimentos não aprovados pelo Congresso seria um despropósito”, sustentou.

Outra vitória, prosseguiu o líder, foi a rejeição da “mediana elástica” para os custos das obras; a manutenção das prerrogativas do TCU para intervir nos processos de execução orçamentária; os ressarcimentos aos estados no âmbito da Lei Kandir; a preservação do superávit primário, permitindo suprimir dele apenas os restos a pagar processados; e os recursos destinados à Saúde. Segundo o deputado Gilmar Machado (PT-MG), o governo manteve os pontos mais relevantes da LDO, buscando sempre garantir toda a transparência necessária.

Ricardo Barros (PP-PR) questionou a possibilidade de o TCU sustar obras por medida cautelar. Barros argumentou que, pela Constituição, o tribunal é obrigado a dar um prazo para a regularização da obra, e só pode sustá-la se suas exigências não forem atendidas. Humberto Souto (PPS-MG) discordou. Segundo ele, há jurisprudência no sentido de que o TCU tem competência para sustar qualquer obra por medida cautelar. Pela liderança do PSDB, Duarte Nogueira (SP) lamentou que ainda não tenha sido aprovado um projeto de lei complementar apresentado em 1996 que regula a preparação da LDO. Por este projeto, a LDO trataria apenas das metas e prioridades, deixando os valores para o Orçamento em si.

Fonte: Ag. Câmara.

Prestes a assumir o controle externo do CNJ, Paulo Medina é acusado de favorecer filha em concurso público

Relato enviado ao blog denuncia que o ministro do STJ Paulo Medina, favoreceu sua filha numa conturbada ação que a beneficiou

SENHORES PARLAMENTARES...ISTO É UMA VERGONHA!!!!

Leiam até o fim e vejam a que ponto chegamos..... Façam alguma coisa por este país, antes que seja tarde demais.

A filhinha de Min. do STJ é beneficiada numa maracutaia imoral, deixando para trás cerca de 300 candidatos aprovados em concurso.

Depois ficam reclamando que os bandidos estão dominando o país. Que bandidos?

Glória Maria Lopes Guimarães de Pádua Ribeiro Portella, filha do ministro do STJ Antônio de Pádua Ribeiro, aquela que entrou com queixa de assédio sexual contra o ministro do STJ Paulo Medina, acaba de conseguir uma decisão na justiça federal que é uma imoralidade e um desrespeito sem tamanho ao direito de candidatos a concursos públicos.

O processo é a ação ordinária Nº 1998.34.00.001170-0 classe 1300, que está no Tribunal Regional Federal da 1ª região (http://www.trf1..gov.br/) Autora: Glória M P Ribeiro e Rés: a União Federal e a Fundação Universidade de Brasília.

Glória Maria fez concurso público pela Cespe-Unb para o cargo de técnico-judiciário, área-fim em 27/05/95 para o STJ, onde seu pai é ministro.

Foi reprovada na prova objetiva. Entrou com uma ação cautelar e, adivinhem, obteve liminar. Fez a prova da segunda fase, a prova discursiva. Foi reprovada novamente.

Entrou com nova ação para ver seus pontos aumentados. Adivinhem: ganhou nova liminar e mais: foi "nomeada provisoriamente" e está ganhando esse tempo todo no tribunal do papai (desde 1995!).

Detalhe: Havia tirado 13,45 pontos e pediu que esses pontos fossem elevados a 28,22.

Parece brincadeira, mas conseguiu. Seus pontos foram elevados num passe de mágica.

O caminho das pedras foi arranjar um "professor particular" (isso mesmo!) que corrigiu sua prova, para quem estava tudo mais que certinho, e praticar o tráfico de influência de seu pai ministro, Antônio Pádua Ribeiro.

Aí veio o julgamento do mérito do caso. O juiz federal de Brasília (1ª Instância), José Pires da Cunha, não caiu nessa e refutou o pedido, que considerou ilegal e imoral e ainda condenou Glória Maria Pádua Ribeiro, nas custas e honorários de R$10.000,00 (ainda existem juízes!), mas houve recurso ao Tribunal Regional Federal da 1ª região e, adivinhem, os juízes Fagundes de Deus, João Batista e Antônio Ezequiel louvaram a candidata, analisaram tim-tim por tim-tim sua prova e aprovaram-na com louvor!

Debalde a Universidade de Brasília (UNB) peticionou dizendo que a prova foi igual para todos e não seria justo que um professor escolhido pela candidata corrigisse sua prova, a não ser que o mesmo professor corrigisse a prova de todos.

Não é justo?

A UNB argumentou que, pela jurisprudência, o judiciário não corrige provas de concurso, devido à independência das banca e porque senão a Justiça não faria mais nada, a não ser se transformar numa super-banca dos milhares de concursos.

Todo mundo sabe o que houve nos bastidores.

Houve apostas no meio jurídico se a "banca Pádua Ribeiro" iria conseguir.

Veio agora recentemente a sentença do TRF 1ª região, 5ª turma, que é mais um descalabro, mostrando a necessidade do controle externo.

Pádua Ribeiro e sua patota espoliaram o verdadeiro dono da vaga, que disputou em igualdade de condições e passou.

Passou e foi preterido! Glória Maria de Pádua Ribeiro ganhou no tapetão sujo do tráfico de influência.

De 13 pontos passar a 28, quando um décimo (veja bem: um décimo) já elimina muitos candidatos!

A sentença analisa as preposições, as conjunções, a virgulação, a ortografia da redação, acatando a tese da "banca Pádua Ribeiro".

Nem tudo está perdido. Existe recurso para o STJ, e todos esperam que a União Federal, a Advocacia da União e o Ministério Público Federal não fiquem coniventes.

Se Glória Maria Pádua Ribeiro perder a causa, perde o cargo e o verdadeiro dono da vaga, pobre mortal sem padrinhos, será chamado.

E agora vem a chave de ouro, a deixar claro que este País não é sério mesmo.

O mesmo Pádua Ribeiro, ministro do STJ, pai da falcatrua acima relatada e de muitas outras praticadas por sua mulher, a famosa "Glorinha", está prestes a assumir o cargo de Corregedor do Conselho Nacional de Justiça (o chamado controle externo), conforme noticiado nos jornais.

Parece gozação!...

José Carlos Costa

São Paulo - Capital

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