Silvio Pereira: A Comédia da vida real

Silvio não confirma denúncias e defende Lula
SILVIO NAVARRO
ADRIANO CEOLIN
LUCIANA CONSTANTINO
No jornal Folha de São Paulo (Para assinantes)
Sem esconder suas mágoas com o PT, sigla que deixou no auge do escândalo do mensalão, o ex-secretário-geral do partido Silvio Pereira disse ontem, em depoimento à CPI dos Bingos, não saber distinguir o que é "fato, fantasia ou ficção" na sua entrevista ao jornal "O Globo", em que disse que a intenção do publicitário Marcos Valério de Souza e de dirigentes petistas era arrecadar R$ 1 bilhão por meio de negociatas envolvendo bancos.
Apesar das esquivas, o sociólogo Silvio Pereira fez questão de ser categórico na defesa de Luiz Inácio Lula da Silva. Afirmou que o presidente não seria capaz de dar orientação "desonesta ou ilícita". No final, disse que votará em Lula de novo e, apesar de não tê-lo encontrado mais, ainda gosta dele.
Silvinho, como é conhecido pelos petistas, insistiu várias vezes em dizer que não leu a entrevista publicada no último domingo pelo jornal carioca, mas fez questão de isentar a jornalista Soraya Aggege de qualquer distorção. "Tenho certeza de que não inventou nada, de que não mentiu." Segundo ele, se houve alguma distorção foi da sua cabeça, fruto de seu estado emocional no momento.
A CPI convidou a jornalista para prestar esclarecimentos na próxima semana e solicitou cópia dos trechos gravados da entrevista.
Bombardeado por perguntas sobre seu estado emocional, Silvio não respondeu a todos os questionamentos, especialmente quando o assunto foi sua suposta influência na Petrobras. Em outros, foi contraditório e evasivo, o que levou a oposição a ameaçar com a instalação de nova CPI, dessa vez para investigar declarações dele ao jornal "O Globo".
Na entrevista ao jornal carioca, Silvio disse que quem mandava no partido eram Lula, Aloizio Mercadante, José Genoino e o ex-ministro José Dirceu. Ontem, afirmou que eles mandavam na sigla até a campanha de 2002.
A oposição indignada com o festival de dissimulação e cinismo do ex-dirigente do PT, ao cabo do depoimento começou a recolher assinaturas para a abertura da CPI do Silvinho.

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