Politizou e saiu

RUTH VILELA DEIXA SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO

O GLOBO - 04/04/2007

Criadora da lista suja de exploradores de trabalho escravo, é contra indicações políticas no ministério

Evandro Éboli

BRASÍLIA. Responsável pela criação do Grupo de Fiscalização Móvel e pela lista suja com nomes de empresas e fazendeiros exploradores de trabalho escravo, a auditora fiscal Ruth Vilela pediu demissão do cargo de secretáriade Inspeção do Trabalho, vinculada ao Ministério do Trabalho. Ela saiu porcausa da nomeação do presidente do PDT, Carlos Lupi, para o ministério.

Insegura em relação à gestão de Lupi e preocupada com a declaração dele de que vai preencher os cargos com indicações políticas, Ruth decidiu deixar asecretaria. Com ela saem seus dois principais assessores: Edgar Brandão, chefe da Divisão de Apoio à Fiscalização Móvel), e Marcelo Gonçalvez.

Servidora do quadro permanente do ministério, no qual entrou por concurso, Ruth voltará para Minas Gerais. Ela ocupou a secretaria pela primeira vez no governo Fernando Henrique, mas deixou o cargo na segunda gestão do ex-presidente por não concordar com a política do ministério. Voltou no primeiro mandato do presidente Lula, quando ele anunciou o Plano Nacional de Erradicação do trabalho escravo, em 2003. Na ocasião, Ruth foi citada e elogiada por Lula. Ontem, ela não quis comentar sua saída.

Em 2005, o governo brasileiro foi citado como exemplo positivo no documento "Uma aliança global contra o trabalho escravo", da Organização Internacionaldo Trabalho (OIT). Entre os países que se destacaram na publicação, Lula foi o único presidente citado. O número de trabalhadores libertados saltou de 6mil, nos oito anos de governo Fernando Henrique, para 23 mil, até o iníciodeste ano.

A coordenadora nacional do Combate ao trabalho escravo da OIT no Brasil, Patricia Audi, elogiou o trabalho de Ruth: - Foi a precursora do grupo móvel e, sob sua gestão na secretaria, o Brasil
alcançou reconhecimento internacional no combate ao trabalho escravo.

A partir do cadastro da lista suja, divulgado a cada seis meses, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) fez descobriu que 70% dessas terras eram ocupadas irregularmente. Fazendeiros foram condenados e, em alguns casos, obrigados a pagar indenização.

O governo não obteve apoio do Congresso à proposta que destina à reforma agrária terras onde há trabalho escravo.

Nota do Blog: Essa senhora quer politizar de maneira irresponsável essa questão. O tempo dirá.
É de interesse dos empresários sérios do setor a erradicação, o mais breve possível do chamado trabalho escravo. Aliás, essa definição não existe na Constituição, é apenas um recurso de marketing para combater uma prática trabalhista absolutamente inaceitável.
A quem cabe definir o que é trabalho escravo é o Congresso Nacional e ele não o fez, simplesmente porque não existe esse ente jurídico.

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