Retroescavedeiras retiram escombros no local do acidente em Congonhas





São Paulo - Bombeiros tentam conter fogo no depósito da TAM, onde ocorreu o acidente com o avião da companhia (vôo JJ3054). Aeronave explodiu após tentar pousar sem sucesso no aeroporto de Congonhas Foto: Milton Mansilha/Agência LUZ/ABr















Marli Moreira

Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Manoel Antonio Araújo, informou há pouco que a caixa preta do avião Airbus A-320 da TAM foi encontrada à 1h20 de hoje (18) e entregue às autoridades aeronáuticas. Cerca de 100 homens trabalham na busca das vítimas. Ainda há fumaça saindo do prédio. Neste momento, retroescavadeiras retiram escombros a fim de abrir caminho para os bombeiros continuarem as buscas.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que a Avenida Washington Luiz, no sentido centro-bairros está bloqueada a dois quilômetros do local do acidente. Segundo a CET, há previsão de liberar a via às 8h.

Do local onde estão os jornalistas, a impressão que se tem é de que sobrou apenas parte da asa esquerda do avião. Pela localização dos destroços, parece que o avião chegou a bater em parte de um posto de gasolina localizado bem próximo ao prédio da TAM Express, que também foi atingido.
De acordo com boletim divulgado no site do governo do estado, três das 14 pessoas socorridas em hospitais da região sul da cidade de São Paulo morreram. Ainda há a confirmação de que, até agora, 26 corpos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) central, perto do Hospital das Clínicas. Os bombeiros afirmam que já retiraram 39 corpos dos escombros.

O Airbus 320, que transportava cerca de 180 passageiros e tripulantes, decolou de Porto Alegre às 17h16, com destino a Congonhas, sem escala. Havia previsão de pousar às 18h50. A TAM disponibilizou uma linha telefônica gratuita para familiares dos passageiros e tripulantes: 0800 117900. A linha faz parte do Programa de Assistência às Vítimas e Familiares da empresa.

A falta de aderência da pista é a causa mais provável do acidente. A opinião é do presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Transporte Aéreo (SBTA), Anderson Correia. "Esse aeroporto, como todos sabem, tem uma certa limitação, tanto no tamanho quanto na qualidade da pista”, afirma.

A pista em que ocorreu o acidente havia sido liberada após reforma há pouco mais de duas semanas. A liberação ocorreu antes que estivessem prontas as obras para aumentar a aderência do asfalto com os pneus de aviões. Essa parte da reforma estava sendo feita durante a madrugada e só ficaria pronta em setembro. O especialista em aviação civil e comercial Valtécio Alencar considera "crítica" a liberação da pista antes da conclusão da obra.

Anderson Correia defende que Congonhas seja fechado para aviões de grande porte. Segundo ele, o aeroporto não tem condições mínimas de segurança para esse tipo de vôo. A redução das linhas que passam por Congonhas estava em estudo pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

O inquérito sobre o acidente com o vôo 3054 da TAM será instaurado nesta quarta-feira (18), segundo o procurador-geral de Justiça do Estado, Rodrigo Pinho. A Aeronáutica abriu investigações, logo após o acidente, conduzidas pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa).

Durante o pouso, o avião da TAM atravessou a pista, passou pelo final do aeroporto e colidiu com um terminal de cargas da TAM, do outro lado da avenida Washington Luis, em frente a Congonhas. Parentes de vítimas reclamam do atraso da empresa na divulgação de informações.

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