Balanço 2007 - Parte XI

No senado o Pará vive um conto de Gabriel Garcia Marques -- o genial escritor colombiano prêmio Nobel de Literatura.

À moda da cidade mágica do romance Cem Anos de Solidão que retrata a mistura do real com o místico na Vila de Macondo. O Pará viu-se com o inusitado troca-troca de mandatos.

Cada Estado brasileiro tem três senadores.

Seria correto se cada um dêles cumprissem seus mandatos. Mas, no Brasil, regras são exceções que agridem o eleitorado desde seu descobrimento a 508 anos atrás.

O primeiro desfrute que colocou o Pará na crônica sa safadeza política, foi protagonizado por dois dos senadores eleitos por voto direto e para mandato de oito anos.

A disputa, num primeiro momento, deu-se entre a então senadora e hoje governadorado do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), que disputou a Prefeitura de Belém do Pará com o também senador Duciomar Costa (PTB), perdendo-a.

No lugar do vencedor, um sujeito que atende pelo apelido de Dudu, veio pra Brasília o primeiro suplente do nacional, um entrosado empreiteiro que responde ao nome de Fernando Flexa Ribeiro (PSDB-PA), mais um dos ícones da sacristia até então dominada pelo tucano de papo-amarelo Almir Gabriel, que submergiu num mar de água dôce, do tamanho do rio Amazônas, à esteira de traições de toda ordem de seu pupilo, Simão Jatene nas eleições ao governo do Estado.

A fragorosa derrota de Gabriel - que de santo anunciador não tem nada - foi acusada como um sôco no estômago do papado tucano, haja visto a participação direta do desafeto político n.o 1 de Almir Gabriel: o deputado federal Jader Barbalho, que juntou-se ao Comando Petista e aplicou-lhe um sova inesquecível -- como é lembrado -- nas urnas.

Com a vitória de Ana Júlia Carepa, apoiada por decano adversário que, para o objetivo compartilhou na ilharga, o objetivo de impor uma derrota ao grupo tucano. Ascendeu à vacância de Ana Júlia Carepa no senado, o até então desconhecido José Nery (PSOL), vindo lá das bandas de Abaetetuba. Uma cidade aprazível nas cercanias de Belém, separada pela Baía do Guajará.

O PSOL, diga-se, é aquele partido nascido da discidência do PT que expulsou seus bastiões, a quando da votação da reforma previdenciária. A número um da lista foi a ex-senadora e candidata derrotada à presidência da República, a professora Heloísa Helena (PSOL-AL). O mesmo partido que abriga em seus quadros a barulhenta deputada Lúcia Genro (PSOL-RS), que baixa o sarrafo no presidente Lula, mas, tácicamente, não diz "ó" para seu pai, que vem a ser o poderoso ministro da Justiça, Tarso Genro, ex-prefeito de Porto Alegre e homem de confiança do presidente.

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