Nossa natureza: resgate voluntário

A conturbada natureza humana move-se aos barrancos de sua indiossincrasia.

Não percebemos a importância do envelhecer.

Não valorizamos os menos favorecidos.

Não gostamos do diferente.

Não suportamos a idéia do sofrimento permanente.

Adoramos o fulgás.

Idolatramos a bajulação.

Fazemos de conta que existe um Deus.

Recusamo-nos a qualquer tarefa voluntária.

Nós, pais e mães de família, não ensinamos nossos filhos a doarem-se à voluntariedade.

Ao contrário. Dizemos e reclamamos o imediatismo.

O carro nôvo. A roupa nova. O melhor perfume. Os bens mais caros em razão do último e mais caro modêlo.

- Essa falta de dinheiro não pode acontecer contigo, meu filho, minha filha.

- O dinheiro é tudo. Ensinamos.

Não ensinamos nossos filhos sequer o que a cantora portuguesa Tereza Salgueiro preciniza na música: Haja o que houver. Conheça-os.

A voluntariadade agride a nossa doentia sociedade. Uma sociedade personalista.

Que falta que faz o Luande para comentar essa grande sacanagem. Esse grande equívoco.

O que você faz para que o seu amigo cego, surdo, desprovido de pernas, mãos, falta de razão em função dos males degerativos do liquidificador da evolução.

Os portadores do HIV. Os tuberculosos. Os altistas. Os bandidos. Os crimosos... assassinos, pistoleiros, assaltantes, estupradores, viciados, terroristas, governantes, políticos, professores, pisiquiatras, assistentes sociais, economistas, jornalistas, médicos, funcionários públicos, DA'S, cunhados, tios, sobrinhos, pais, primos, safados, geniais, assombradamente letais.

Uma mulher ou homem que você nunca viu, pedir a tua atenção e dizer que te ama?

Você está preparado?

-Eu nunca estive. A maioria diz, safada e covardemente.

Mas, afinal, o que é isso tudo?

É, certamente, a nossa natureza.

Colocar um pratinho pro beija-flôr morrer contaminado de açucar: Os beija-flôres são passíveis de portar a diabetes!

Enfiar de maneira istriônica uma placa na entrada de sua morada com o seguinte dizer: Aqui mora gente feliz!

É de nossa natureza. Menos mal será?

A nossa natureza acaba em razão de nossa incapacidade de ser vizinho, um bom vizinho. Um voluntário.

Há uma especial biografia de como viramos a mesa nessa questão do voluntariado.

Se sabe como se dá o processo? Ah... não sabe?

Ele se dá em tempos de guerra. De matança!

Ficam suspensos as possibilidades de realização... talvez seja porque sejamos todos, uma corja de covardes, egoístas. O fato é que ninguém quer ser um voluntário.

Os que o são. Fazem-no pois, é o melhor de nossa natureza.

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