Coordenador nega que liga seja uma organização paramilitar

O dirigente da Liga dos Camponeses Pobres Nilo Hallack afirmou que são falsas as reportagens que acusam a entidade de ser um movimento paramilitar. Ele afirmou que as reportagens são articuladas para enfraquecer os movimentos legítimos dos camponeses na luta pela terra no Brasil. Segundo ele, as fotografias utilizadas em uma dessas reportagens como prova de que os camponeses teriam treinamento militar foram tiradas durante uma apresentação teatral em homenagem aos 30 anos da morte do líder revolucionário Che Guevara.

Ao participar de audiência da Comissão de Agricultura para discutir denúncias contra a Liga dos Camponeses Pobres, Hallack afirmou que a liga e sua luta são resultado do "fracasso da reforma agrária no Brasil". Ele disse que a situação hoje ainda é pior do que no governo Fernando Henrique, porque as famílias não são assentadas, a grilagem não é combatida nem as políticas ambientais são desenvolvidas. Para o representante da entidade, a ação contra o movimento é parte de uma política que pretende expulsar os pequenos camponeses da Amazônia para loteá-la.

As declarações do coordenador da Liga dos Camponeses Pobres foram em direção oposta ao relatório de 400 páginas produzidos pelos órgão de inteligência apresentado por Cezzar Pizzano, Secretário de Estado Adjunto da Segurança, Defesa e Cidadania Pública do Estado de Rondônia.

Segundo foi revelado, são várias as Ligas de Camponeses Pobres, atuando em diversos municípios.

"A Liga dos Camponeses Pobres é o braço armado da Liga Operária Camponesa-LOC (uma cisão da organização Ala Vermelha que, por sua vez, já era uma cisão do Partido Comunista do Brasil) uma organização de linha maoísta", diz o relatório.
O primeiro núcleu dando conta da existência da LCP é no Norte de Minas Gerais, expandindo-se para o Centro-Oeste de Minas Gerais e posteriormente surgiu a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia, após o massacred e Corumbiara -- há doze anos --, e outro núcleo instalado no Sul do Pará.

Todas essas organizações tiveram origem nas Comissões Camponesas de Luta (CCL) que começaram a surgir no ano 2000.

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