Governo fecha acordo com centrais para reajuste de aposentadorias

Em 2010, benefícios acima de R$ 465 podem ter reajuste de mais de 6%.

O acordo ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional.

O governo fechou acordo na noite desta terça-feira (25) com as principais centrais sindicais para uma política de reajuste das aposentadorias com valor superior a um salário mínimo (R$ 465) em 2010 e 2011. O novo cálculo ainda terá que passar pelo Congresso Nacional.

Pelo acordo, os benefícios acima do salário mínimo serão reajustados a partir do ano que vem considerando o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), mais 50% do PIB de dois anos anteriores. Ou seja, em janeiro de 2010, se a proposta for aprovada ainda neste ano no Congresso, os aposentandos que ganham mais de R$ 465 podem receber um reajuste de mais de 6%.



















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O percentual leva em conta a projeção do INPC para esse ano, de 3,49%, mais a previsão do crescimento do PIB em 2008, estimado em 5,5%. Segundo o ministro da Previdência, José Pimentel, o impacto para as contas da previdência em 2010 deve ser de aproximadamente R$ 3 bilhões.

Esse mesmo cálculo será aplicado em 2011, considerando os valores do PIB de 2009 e o INPC de 2010.

O acordo fechado pelo governo com as centrais prevê ainda que os trabalhadores poderão contar como tempo de contribuição o período em que estão desempregados, mas recebendo o seguro-desemprego. Para isso, terão que contribuir sobre a parcela do seguro para a Previdência Social. Não está definido ainda se essa contribuição para o INSS será compulsória ou não.

Os trabalhadores que estão a um ano de se aposentar terão o emprego garantido por lei. Segundo os sindicalistas, isso representa um avanço porque muitos empregados perdiam o emprego próximo de se aposentarem e não conseguiam o tempo mínimo de serviço para parar de trabalhar.

Segundo os sindicalistas, grande parte dos acordos trabalhistas já previa essa garantia de emprego e o governo está assumindo o compromisso de formalizar a situação para beneficiar todos os trabalhadores.

Outro ponto acordado entre as partes permite aos trabalhadores expurgar até 30% dos seus piores rendimentos ao longo dos anos trabalhados para fazer o cálculo do benefício de aposentadoria. Hoje, esse percentual é de 20%.
Segundo os sindicalistas, grande parte dos acordos trabalhistas já previa essa garantia de emprego e o governo está assumindo o compromisso de formalizar a situação para beneficiar todos os trabalhadores.

Apenas a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) ficou contra a proposta. Segundo o presidente da entidade, Wagner Gomes, não aceita as mudanças propostas para o fator previdenciário que consta do acordo fechado com o governo e prefere apoiar outros projetos no Congresso.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henriques, comemorou o acordo e disse “que é um passo muito importante para os aposentados do país” que sejam criadas as bases de uma política permanente de reajuste dos benefícios de quem ganha mais de um salário mínimo.

Antes do acordo ser anunciado, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, consultou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que concordou com os pontos e disse que “era o que o governo podia fazer pelos aposentados”, considerando o momento de crise internacional. Segundo o ministro, cerca de 8,2 milhões de aposentados serão beneficiados com o acordo.

O deputado Pepe Vargas (PT-RS), que será o relator do projeto que tratará do acordo no Congresso, disse que pretende apresentar o substitutivo o mais rápido possível, mas que ainda não há data. “O mais importante é que temos um acordo. Agora vamos sentar e redigir as propostas que têm que ser aprovadas até o final do ano”, comentou.

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Comentários

Anônimo disse…
Não negociamos com centrais que na maioria está se portando a favor do governo.Os pelegos estão aparecendo A Cobap está no caminho certo. Caso nossos projetos sejam aprovados,os ativos estarão muito mais garantidos no futuro e é bom que saibam para não virarem massa de manobras contra os aposentados!Está na hora dos líderes dos partidos e o presidente da câmara entrarem em acordo, para oficializarem as votações dos projetos do senador Paulo Paim em benefício dos aposentados imediatamente.Caso não ocorra este entendimento,ficará a impressão de manobra política a favor do governo, mantendo a covardia com os aposentados!.Srs deputados: Não da mais.O óleo de peroba esgotou-se!
João Guilherme disse…
Esse acordo feito pelas centrais sindicais, não tem o aval dos aposentados, essas centrais elas jogam no mesmo time do governo, se elas se importassem com os aposentados, nós não estaríamos nessa situação que nós estamos. Elas não são reconhecidas nem pelo Ministério da Previdência e nem pelo Ministério do Trabalho, como sindicados dos aposentados, porque elas como sindicato dos aposentados não representam uma categoria econômica, as duas entidades que representam os aposentados perante a lei são a Cobap e a Cotag.
As Centrais e a Cut, o único interesse delas é político.
Por isso, vamos continuar nossa luta na Câmara, caso percamos daremos o troco nas eleições do ano que vem.
Luiz Allegretto disse…
infelizmente, todos esses, que se dizerm lideres sindicais e que se dizem defender os aposentados, não passam de pau-mandado do PT e do governo. Tanto que, no meu entender, nem houve negociação. O governo trouxe uma proposta (ridicula) e pronto, todos aceitaram, aprovaram e acharam lindo. Estamos perdidos.

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