8 milhões de aposentados e pensionistas ludibriados

Regulamentações travadas

Discussões sobre o impacto e deficit previdenciário passam longe dos acordos e promessas dos parlamentares

Aposentados nas galerias da Câmara na quarta-feira: mais pressão


O embate entre aposentados e governo gira em torno de números que passam longe das discussões do Congresso e das manifestações dos interessados na aprovação da proposta que reajusta todos os benefícios pelo mesmo índice do salário mínimo. Para pensionistas que serão beneficiados pelo Projeto de Lei 01/2007, a necessidade da aprovação da matéria está na evolução das diferenças entre os reajustes (confira quadro). Do outro lado, o Executivo considera que o impacto do projeto nos cofres públicos é mais do que suficiente para segurar a medida. Cada ponto percentual representa, segundo o Ministério da Previdência, uma despesa extra de R$ 1,2 bilhão nas contas do governo, que resultaria em R$ 18,5 bilhões de prejuízo.

O economista Amir Khair, especialista em finanças públicas, defende o amplo debate sobre a proposta antes da aprovação. “A Previdência se encontra equilibrada no longo prazo. Qualquer despesa permanente que for incluída, precisa de uma nova receita ou um corte de despesa”, explica ele, que é ex-secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo. “Dinheiro não brota em árvore. Quem vai pagar a conta não é esse governo. São os próximos. Os deficits vão voltar a crescer”, reclama Khair, sugerindo a regulamentação de novas fontes de receitas, como os impostos sobre grandes fortunas previsto na Constituição que está parado no Legislativo, para a implementação do novo índice. Segundo Khair, caso o Congresso considere necessário o reajuste, é responsabilidade dos deputados e senadores apontarem de onde virá o dinheiro ou quais ações serão cortadas.

Faixas salariais
“Não vejo o projeto como justo. Os aposentados têm dificuldades maiores e grandes despesas, especialmente na área da saúde. Porém, seria mais interessante se fosse para todos os salários”, disse Khair, questionando a vantagem. Dos 23,3 milhões de aposentados da Previdência Social, 8,2 milhões recebem benefícios superiores a um salário mínimo, que variam de dois a 100. A maior faixa — cerca de 3,5 milhões de pessoas — está entre um e dois pisos previdenciários, referente a um salário. Quase todas essas aposentadorias são destinadas aos trabalhadores da área urbana.

O governo informou que o desequilíbrio provocado pelo pagamento desses benefícios é atualmente de R$ 9,5 bilhões. Com a arrecadação extra no fim do ano e o pagamento do 13º salário, deve fechar em R$ 1,8 bilhão. Valor maior do que o registrado no ano passado, que foi de R$ 1,2 bilhão. As regras para os reajustes são baseadas no poder de compra do grupo. Desde 1995, seguem a previsão de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que considera famílias com rendimentos mensais entre um e seis salário mínimos. A partir de 2006, houve acordo para que o reajuste do mínimo em gastos reais considere também o Produto Interno Bruto (PIB). A proposta que regulamenta a medida ainda está em tramitação, mas já foi implantada pelo governo.

Para o secretário-geral da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas do Brasil (Cobap), Moacir Meirelles, os números não são confiáveis, já que levantamento feito pela entidade miniminiza os impactos da proposta, que seriam de R$ 2,5 bilhões. “Falta é vontade política. Os deputados precisam colocar a proposta em votação”, diz, garantindo que os aposentados estão se organizando para voltar ao Congresso e ocupar as galerias para protestar.

Comentários

Anônimo disse…
Prezados Senhores, vamos divulgar o texto do Manifesto dos Aposentados e Pensionistas, utilizem os recursos sugeridos pelo Movimento Branco. Precisar fazer visível as nossas exigências e os nossos direitos. Vamos sair as ruas, mostrem bandeiras brancas, fitas brancas nos carros. Divulguem e repassem o texto abaixo:
Prezados(as) Senhores(as) internautas, tenho lido vossa indignação nas seções de “Opinião do Leitor”, Orkuts, Sites, etc,.. comungo em gênero, número e grau aos vossos reclamos e me uno à vossa revolta e não concordância das contínuas ações contrárias às expectativas do povo brasileiro. Em suma do eleitor que exige respeito, tem opinião e quer o seu bolso preservado e protegido de assaltos de qualquer natureza. Precisamos iniciar uma “Corrente da Dignidade”, a começar defendendo nossos pais, mães, avós, avôs, que depois de 35 anos ou muito mais se aposentarem com 10 salários mínimos. Após cinco anos, êles estarão reduzidos a 5 salários mínimos e depois de dez anos estarão recebendo 1 salário mínimo. Vamos começar defendendo os nossos ascendentes pois assim estaremos defendendo também os nossos filhos e a nós próprios. Sugiro que divulguem as informações abaixo:
MANIFESTO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS
1 - SOMOS A FAVOR DOS REAJUSTES DOS NOSSOS SALÁRIOS SEM CORTES. NÃO, AO FATOR PREVIDENCIÁRIO.
2-NÃO À CORRUPÇÃO, ÀS PROPINAS, À EVASÃO DE DIVISAS, ÀS IMPRO- BIDADES DE TODOS OS TIPOS, VEICULADAS PELA MIDIA HÁ ANOS.
3 - A PREVIDÊNCIA TEM UM CRÉDITO A RECEBER DE R$ 300 BILHÕES.
3.1 - HÁ DESVIOS DE R$ 17 BILHÕES DA PREVIDÊNCIA, PARA QUEM NUNCA RECOLHEU, ENTIDADES FILANTRÓPICAS, EXPORTADORES RURAIS, PRODUTORES DE INFORMÁTICA E MICROEMPRESÁRIOS, BEM COMO SUBSÍDIOS AOS APOSENTADOS RURAIS E AUTÔNOMOS.
4 - “ESTE É O ROMBO DA PREVIDÊNCIA”???, USURPARAM OS NOSSOS RECURSOS PARA CONSTRUIR BRASÍLIA, A CSN, A PONTE RIO NITERÓI, A BELÉM BRASÍLIA, ITAIPU, TRANSAMAZÔNICA, ETC.. DEVOLVAM O DINHEIRO DOS APOSENTADOS AOS COFRES DA PREVIDÊNCIA.
4.1 - BASTA ÀS CÂMARAS DE GÁS ECONÔMICAS, NOS ASFIXIANDO. NOS FALTA COMIDA, REMÉDIOS, HOSPITAIS, ETC. GENOCÍDIO, NÃO. BASTA A SENZALA ECONÔMICA, QUE NOS MANTÉM ACORRENTADOS. ESCRAVIDÃO GERIATRICA, NÃO.
4.2 - CARAJÁS, NUNCA MAIS. ENTRETANTO MILHARES DE APOSENTADOS E PENSIONISTAS SÃO MORTOS DIARIAMENTE, POR LHE TIRAREM AS CONDIÇÕES MÍNIMAS DE SOBREVIVÊNCIA.
“MOVIMENTO BRANCO”
É chegada a hora de um movimento nacional, vamos demonstrar nossa revolta e exigir os nossos direitos pacificamente. Sabemos que devido a falta de recursos financeiros, saúde e sem retaguarda política, o aposentado, o pensionista, não tem condições de sair às ruas, nas estradas, fazer acampamentos, passeatas em frente das Prefeituras, invadir entidades públicas e privadas, etc. Por estes motivos conclamamos um movimento que cubra os nossos direitos, acima descritos, divulgando que somos a favor, da ética, da ordem e da moral. Vamos implementar, o “Movimento Branco”, através de atitudes simples, boas, baratas e eficientes. Por exemplo, vamos colocar uma fita branca no nosso punho, na antena, no espelho do carro, na lapela e na manga do paletó. Ainda nos nossos aniversários soltar balões brancos, já imaginaram que bonito 60 balões brancos ou mais no céu? ..... ou quando passearmos com os nossos netos eles segurarão na mãozinha um balão branco. Nos churrascos vamos usar no pescoço um lenço branco, “tchê”. Vamos colocar uma bandeira branca na janela da casa ou do apartamento e assim por diante. Vamos colorir o Brasil inteiro de branco, igual a cor dos nossos cabelos, exigindo o que é nosso por direito e basta a tudo que possa nos prejudicar. Quem ainda não se aposentou um dia vai se aposentar. Bolsa para todos os excluídos mas não com o bolso do aposentado. Portanto, continuaremos o “MOVIMENTO BRANCO” até atingirmos os nossos objetivos ATRAVÉS DO VOTO. Milhões de aposentados, pensionistas, e seus familiares, avós,avôs, mães, pais, filhas(os) ,netos (as), estarão protestando, “VOTANDO EM BRANCO”.
Valério Amichetti – vamichetti@uol.com.br – 13/07/2009

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